Maximizando o conforto em espaços públicos

Lições que podemos aprender com William White, sociólogo especialista da área

· Visão Apaixonante,Cubo Mágico Urbano

Ao considerar as melhores práticas para o desenvolvimento de projetos em espaços públicos, é essencial abordar o tema de bancos e mesas. Muitas vezes, uma ideia equivocada permeia o planejamento urbano, a de que incluir bancos pode atrair moradores de rua ou indesejáveis.

No entanto, é hora de desmistificar essa noção e abraçar uma abordagem mais abrangente e confortável para o design desses espaços.

 

Não tente afastar "indesejáveis"

A filosofia de William White, um renomado pensador de espaços públicos, nos oferece uma perspectiva valiosa. Após estudar mais de 500 espaços públicos em Nova Iorque, White percebeu um padrão comum em muitos projetos. Eles tentavam afastar os chamados "indesejáveis", como moradores de rua, bêbados e usuários de drogas, ao projetar elementos arquitetônicos que supostamente dissuadiriam essas pessoas.

Entretanto, os resultados revelaram uma realidade surpreendente. Os espaços que focavam exclusivamente na exclusão desses grupos se tornavam vazios e desolados. Essa abordagem criava bancos desconfortáveis, com braços altos ou cantos chanfrados, na tentativa de impedir que as pessoas se deitassem ou permanecessem por muito tempo. No entanto, essa estratégia acabava afetando a qualidade geral do espaço, tornando-o menos atraente para todos.

 

Projete para o conforto de todos

O ensinamento fundamental de William White é claro: projetar espaços públicos em torno do desconforto não é eficaz. Afinal, as mesmas características que são desconfortáveis para os "indesejáveis" também o são para os "desejáveis". A verdadeira chave para o sucesso está em criar espaços confortáveis e acolhedores, que incentivem as pessoas a permanecer e a interagir.

Ao desenvolver projetos para espaços públicos, é crucial adotar uma abordagem centrada no conforto. Em vez de focar na exclusão, devemos priorizar o bem-estar de todos os frequentadores. Incorporar bancos e mesas de alta qualidade não apenas proporciona conforto físico, mas também gera uma atmosfera convidativa que atrai mais pessoas. Um banco bem projetado, com um encosto adequado, não só aumenta o conforto, mas também prolonga o tempo de permanência das pessoas, melhorando a qualidade geral do espaço.

 

Conforto como base do planejamento

Em última análise, a lição de William White é uma lembrança importante para todos os envolvidos no planejamento urbano. O conforto deve ser o fio condutor de nossos projetos em espaços públicos. Portanto, ao projetar praças e áreas públicas, lembre-se: priorize o conforto em vez do desconforto. Ao seguir essa abordagem, estaremos criando espaços verdadeiramente convidativos, onde todos podem desfrutar e interagir de maneira harmoniosa.

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Marcelo Rebelo

Urbanista, especialista em revitalização de espaços públicos, com mais de 10 anos de experiência em projetos urbanos e políticas públicas. Criador da Metodologia Cubo Mágico Urbano, que ensina a criar um movimento de vizinhança em prol do seu bairro.